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SOLUÇÕES CONTÁBEIS, TRIBUTÁRIAS E GERENCIAIS




Arrecadação tem soma recorde de R$ 1,2 trilhão até maio, segundo Receita


A arrecadação federal de impostos e contribuições federais somou R$ 1,138 trilhão nos meses de janeiro a maio de 2025. De acordo com os dados, divulgados ontem pela Receita Federal, esse é o melhor desempenho arrecadatório para o período desde o início da série histórica, em 1995.
 

O montante representa um aumento real —descontada a inflação — de 3,95% na comparação com o mesmo período acumulado de 2024. Esses são os primeiros dados de arrecadação divulgados neste ano, devido à greve de servidores enfrentada pela Receita. A mobilização foi suspensa após determinação do Superior Tribunal de Justiça (STJ).

 

Apenas no mês de maio, a arrecadação foi de R$ 230,152 bilhões em maio, uma alta real de 7,66% na comparação com o mesmo mês do ano passado. O resultado também representa o melhor desempenho arrecadatório para o mês de maio da série histórica. Desse valor, foram R$ 223,8 bilhões administrados pela Receita e R$ 6,4 bilhões administrados por outros órgãos. 
 

No pacote administrado pela Receita são incluídos tributos como imposto de renda de pessoas físicas e empresas, receita previdenciária, imposto sobre importação, sobre produtos industriais (IPI), imposto sobre operações financeiras (IOF), PIS/Cofins, entre outros. As receitas administradas por outros órgãos incluem rubricas como royalties e depósitos judiciais.
 

O desempenho positivo foi influenciado pela atividade macroeconômica, além da maior arrecadação do Imposto de Renda sobre ganhos de capital, que foi influenciado pelo aumento da taxa básica de juros (Selic) nos últimos meses, e pelo desempenho dos tributos do comércio exterior.
 

Segundo o chefe do Centro de Estudos Tributários e Aduaneiros da Receita Federal, Claudemir Malaquias, houve também um incremento na arrecadação com a tributação dos  jogos de azar e apostas. A regulamentação da atividade das casas de apostas virtuais, as chamadas bets, passou a valer em 2025. "A partir de fevereiro, já tivemos a arrecadação da nova sistemática de tributação das empresas que reúnem as apostas de cotas fixas", comentou.
 

IOF

Apesar do bom desempenho, o resultado se dá no momento em que o governo federal tem intensificado os esforços para aumentar a arrecadação, com o objetivo de cumprir a meta fiscal estabelecida para 2025. Segundo os auditores fiscais da Receita, ainda não é possível mensurar exatamente quanto o governo deixará de arrecadar após a derrubada do decreto que aumentava a cobrança do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
 

De acordo com Malaquias, as áreas jurídicas da Receita e do Ministério da Fazenda ainda precisam fazer uma análise do decreto para avaliar quais os efeitos da decisão. Ele reforçou que as estimativas de arrecadação do ano devem diminuir. "Assim que sair o decreto legislativo, vamos fazer a aferição precisa da arrecadação entre o período que o decreto vigorou e o que vai deixar de vigorar. Só aí teremos os efeitos precisos do impacto da decisão", afirmou.
 

O Executivo precisa buscar alternativas para compensar a perda de R$ 10 bilhões na arrecadação prevista para este ano. "O governo ainda enfrenta dificuldades para aprovar medidas de aumento de receita e sem cortes de gastos, o equilíbrio das contas fica ameaçado", destacou Gustavo Trotta, especialista da Valor Investimentos.
 

Com a economia mais aquecida e o risco fiscal em aberto, a tendência é de que o Banco Central adote uma postura mais contracionista, como já vem fazendo. "Essa arrecadação recorde é um sinal positivo sobre a economia aquecida, mas não resolve sozinho os desafios fiscais. Sem responsabilidade nos gastos, o risco de funcionário aumenta, e isso afeta diretamente juros, mercado de investimentos e por aí vai", avaliou Trotta.
 

Fonte: correiobraziliense